domingo

Metade

Metade de mim é o que eu grito, a outra metade é silêncio.
Metade de mim é partida, a outra metade é saudade.
Metade de mim é o que ouço, a outra metade é o que calo.
Metade de mim é o que penso, a outra metade um vulcão.
Metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei.
Metade de mim é abrigo, a outra metade é cansaço.
Metade de mim é platéia, a outra metade é canção.
Que a minha loucura seja perdoada,
Porque metade de mim é amor e a outra metade também...

(Oswaldo Montenegro, com alguma licença poética...)

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